Farol Psicologia - Lins SP

A Farol Psicologia surgiu da idéia de criar um espaço para expor nosso trabalho como psicólogos e pensadores dos dias de hoje.
O farol é nossa inspiração, como um norteador no mar incerto, na incompletude.
Como psicólogos atuamos com as palavras, muitas vezes com o inacessível, e para isso buscamos na psicanálise, na psicologia, nas artes, na poesia, e outras "ciências" respostas, e por que não, mais perguntas.
Quem somos?

Mariana Rosa Cavalli Domingues

Psicologa Clínica e Judiciária
Psicóloga pela UEL, Especializada em Clinica Psicanalítica e Mestre em Filosofia pela UFSCar

@marircd

e
Taciano Luiz Coimbra Domingues

Psicólogo Clínico e Judiciário
Psicólogo pela UEL, Especializado em Terapia de Casal e de Família, Especializado em Terapia sexual e Mestre em Psicologia pela UNESP - Assis.


Rua José Garcia de Carvalho, 70 Lins - São Paulo,
tel.: (14) 99109 - 2016

segunda-feira, 27 de junho de 2022

PRECONCEITO, MULTIPLICIDADE E ESCOLA

 


Saudações!! Segue Minha proposta de colocar aqui os ensaios que escrevi durante uma disciplina do doutorado. O tema desse é:


PRECONCEITO, MULTIPLICIDADE E ESCOLA

                                                                                Taciano L. C. Domingues


Nos estudos sobre a origem do homem, a antropologia relata que nos últimos vinte oito mil anos existiam duas espécies de hominídeos, contudo somente o Homo Sapiens Sapiens prevaleceu, o Homo Neanderthalensis foi extinto. Existem indícios de que essas duas espécies tiveram contato, inclusive que uma causou o fim da outra (BLUMRICH, 2020).

Existem referências históricas da dificuldade da espécie humana em se relacionar com o diferente e com a diferença. Para os Romanos e Gregos, todos outros povos da antiguidade eram considerados bárbaros porque não falavam o mesmo idioma, não veneravam os mesmos deuses e não tinham a mesma organização social (DICIO, 2021). Para se tornar civilizado, o bárbaro teria que adotar os mesmos costumes do dito civilizado. Sublinhamos que estamos descrevendo o comportamento de povos de há mais de 2 mil anos, alguma semelhança com a atualidade não é mera coincidência.

Um exemplo mais próximo da nossa história de como pode ser equivocada a apreensão da diferença, foi o momento fundante do Brasil, Pindorama para os índios, em 1500 pelos portugueses. O escrivão Pêro Alves Cabral retratou os autóctones como: primitivos, inocentes, ingênuos; necessitando serem educados, catequizados e vestidos; negando a cultura indígena (SEABRA, 2000).

Uma poesia muito bonita sobre isso, “ERRO DE PORTUGUÊS” de Oswald de Andrade, poeta e escritor paulistano, ex-marido de Tarsila do Amaral, importante membro da Semana de Arte Moderna de 1922: “Quando o português chegou debaixo de uma bruta chuva. Vestiu o índio. Que pena! Fosse uma manhã de Sol. O índio teria despido o português”.

Todavia teria um grau alento se a: alteridade, estrangeiro, forasteiro, alienígena, diferente, esquisito, alheio fossem conceitos, palavras e expressões usadas somente para outras nações e etnias; sarcasticamente não, é entre os membros da mesma cultura que as dessemelhanças ganham maior força e são alvo de discriminação e preconceitos. Nossa sociedade usa e abusa de modelos e padrões de: conduta, corpos, pensamentos, objetivos de vida, amores, conhecimentos e de ensino; excluindo e marginalizando o que não se enquadra.

Parece uma insensatez essas afirmações sobre um povo multicultural como o nosso, mas podemos fornecer alguns dados sobre isso. O Brasil foi o país que realizou o maior número de cirurgias plásticas estética no mundo em 2020, a rinoplastia como principal (FOLHA VITÓRIA, 2021). Isso mostra uma grande preocupação com os padrões de beleza.

A LGBTfobia expõe a dificuldade em conviver com o diferente. Numa pesquisa realizada em 2016 com estudantes LGBTs, 73% deles informaram que foram agredidos verbalmente devido a sua orientação sexual ou comportamento. (POLETIZE!, 2021).

E quando as diferenças não são externas, não são interpessoais, são intrapessoais? O ser humano não é uniforme na sua subjetividade, ele pode ser acometido por sentimentos, pensamentos e ações diferentes que expressam a multiplicidade e não a sua unicidade (CARDOSO JUNIOR, 1996). Portanto, uma pessoa pode apresentar várias características diferentes, dificuldades e potencialidades.

Um exemplo dessa multiplicidade são os gênios humanos (superdotação) que também apresentavam dislexia (transtorno que dificulta a aprendizagem através de uma perturbação na leitura e na identificação de fonemas). O físico Albert Einstein foi um exemplo dessa dupla condição, inclusive existem relatos que ele só começou a falar depois dos 6 anos idade (DIVULGAÇÃO DINÂMICA, 2021), sofrendo no ambiente escolar porque não se enquadrava nos padrões esperados para os estudantes, nem para “mais” e nem para o “menos”.

Foucault (2009) descreve a escola como uma instituição que busca moldar o ser humano, promovendo sua padronização. Refletindo sobre os escritos desse autor, podemos supor que a escola pode tratar os dois lados da dupla condição com dificuldade, uma vez que o estabelecimento de educação pode lançar o mesmo olhar para o que foge da fôrma, do que não é esperado, mesmo que seja uma superdotação. Na busca de uma uniformidade dos alunos, pode ocorrer tanto estranhamento do que está “abaixo da média” (medicando no caso da Dislexia) quanto o que está “acima da média” (ignorando as suas altas habilidades).

 

 

REFERÊNCIAS

BLUMRICH, L. Uma biografia pré-histórica. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 33, n. 2, p. 167–169, 2020.

CARDOSO JUNIOR, H. R. A origem do conceito de multiplicidade segundo Filles Deleuze. Trans/Form/Ação, São Paulo, 19: 151-161, 1996.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

POLETIZE!, c2021. Página inicial. Disponível em: <https://www.politize.com.br/>.

R7. FOLHA VITÓRIA, c2021. Página inicial.

SEABRA, J. A. Descoberta do outro na carta de Pero Vaz Caminha. Revista de Letras e Culturas Lusófonas, [S. l.], n. 8, p. 63-71, jan./mar. 2000.

SETE GRAUS. DICIO – Dicionário Online de Português, c2021. Página inicial.

The Education Club. Divulgação Dinâmica, c2021. 20 personalidades famosas com dislexia. 


segunda-feira, 9 de maio de 2022

A leitora curiosa cansada

Compartilho com vocês um pequeno texto poético e despretensioso;

 


A leitora curiosa cansada

 Mariana R C Domingues


A leitora da madrugada tentava vencer o sono com sua curiosidade pelas palavras que poderiam lhe fornecer o desconhecido.

As palavras em fileiras organizadas da esquerda pra direita, alinhadas e estruturalmente tornadas compreensíveis, com o passar das horas pareciam se embaralhar. Com esforço no olhar ela retornava ao início da frase, o que dizia mesmo? A leitora cansada começa a perceber que aquelas palavras não estão a lhe oferecer mais nada. Mas insiste.

Então de súbito, de uma ponta a outra da linha escrita, uma rede se forma e despeja palavras escondidas. Uma rede tal como as de se deitar. Realmente estava cansada aquela moça. Uma rede tecida sem linhas, mas apenas com aqueles significantes intrusos a dançar pela tela do computador, nas entrelinhas.  Não era uma rede cognitiva, mas precisava se libertar daquela cadeia não significativa. Não era uma rede social e nem afetiva. Num sonho talvez poderia se embalar, mas tomba-lhe a cabeça.

Num piscar de olhos tudo volta ao normal. O texto está inteiro ali a sua frente, desafiando sua resistência a dormir, sua resistência física de maratonista, resistindo à tentação de enredar-se numa rede de algodão, querendo manter-se no enredo daquele saber.

Uma coisa ficou clara naquela madrugada:  muitas palavras podem se esconder numa rede entrelinhas. 

 


Rede – peça de tecido resistente (de algodão, linho ou fibra) suspenso pelas extremidades, usado para dormir ou embalar.


segunda-feira, 7 de março de 2022

EVASÃO ESCOLAR E O VALOR DA EDUCAÇÃO

 


Saudações!! Segue outro ensaio interessante que escrevi numa disciplina do doutorado. Seu tema é:


Evasão Escolar e o Valor da Educação

Taciano Luiz Coimbra Domingues

 

A economia de um país é algo importante! Uma forma calcular o seu “tamanho” é através do seu Produto Interno Bruto (PIB). Ele é formado pela soma de todos bens e serviços produzidos pelo país durante um ano. O Brasil, apesar de ter perdido algumas posições nos últimos dez anos, ocupou o 12 º lugar no ranking mundial (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021). Essa colocação foi embasada nos dados fornecidos em abril de 2021 pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesse ranking, o Brasil fica na frente de países como: Austrália, Espanha e Suíça. Cientes dessa informação podemos dizer que o Brasil é um país pobre?

Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os seus dados indicaram um aumento de 11,2% no índice de pobreza no Brasil entre 2016 e 2017. Isso é muito preocupante porque com esse aumento, em 2017 chegamos ao número de 53% dos brasileiros vivendo na pobreza extrema (CHILDFUND, 2021), ou seja, a pessoa vive com menos de 1,90 dólares por dia.

Como podemos evidenciar, o Brasil não é um país pobre de recursos econômicos, entretanto, tem um alto índice de pessoas vivendo na miséria como consequência de uma má distribuição de renda. Como poderíamos combater essa questão?

Evangelista e Shiroma (2006) destacam que a partir dos anos 1990, vários autores começam a defender a Educação como a solução de vários problemas sociais. Entre vários, os autores apontam: o tratamento desigual das pessoas diante do sistema de justiça; oportunidades econômicas e sociais oferecidas de acordo com características de classe social, raça, credo e cor; falta de solidariedade entre os cidadãos, inclusão social e pobreza.

Contudo como anda a Educação num país tão desigual como o nosso? Principalmente em relação as crianças e adolescentes que sofrem de forma direta os impactos da pobreza (COSTA et al., 2016)? Se a Educação é um meio de superação da pobreza é importante estarmos atento a um problema muito grave relacionado a esse direito constitucional, que é a evasão escolar.

A PNAD (OBSERVATÓRIO DE EDUCAÇÃO, 2021) forneceu dados alarmantes sobre essa questão. No ano de 2018, 40% dos brasileiros de 19 anos não haviam concluído o ensino médio. Dos jovens ouvidos que não haviam terminado o ensino médio, 55% pararam de estudar no ensino fundamental. O que leva nossas crianças e adolescentes a abandonarem a escola?

Figueiredo e Salles (2017) sublinham que a evasão escolar sofre influência de vários fatores: subjetivos, familiares, do funcionamento da escola, da renda familiar, dependência química, tráfico de drogas, gravidez na adolescência, violência etc.

No entanto um fator importante que muitas vezes não é mencionado nas pesquisas é o valor que a sociedade brasileira dá para o estudante. O perfil da pessoa que lê livros, entrega as tarefas em dia e se interessa em aprender é bem quisto na nossa sociedade? Invejado? Admirado? Ou muitas vezes é chamado de “CDF”, “nerd” e sofre chacotas e desdém dos colegas?

Em 2020, o Brasil ficou em 10º lugar na Olímpiada Internacional de Matemática (G1, 2021), melhor resultado em 39 anos. Ficamos na frente de países como Canadá, França, Japão e Alemanha. Algum leitor lembra desse feito e fato tão importante para nossa Educação?

Em um país em que o principal título acadêmico é usado como pronome de tratamento de forma leviana para agradar ou demonstrar respeito para “autoridades”, mas raramente para quem tem o título stricto sensu, é importante uma reflexão do que nós brasileiros realmente valorizamos como objetivos de vida.

 

Referências

CHILDFUND. Childfundbrasil, c2021.

COSTA, J. S. S. M. et al. Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades necessárias para a autonomia. São Paulo: Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, 2016.

FIGUEIREDO, N. G. S.; SALLES, D. M. R. Educação Profissional e evasão escolar em contexto: motivos e reflexões. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 25, n. 95, p. 356-396, abr./jun. 2017

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S. A. G1, c2021.

SETE GRAUS. Dicionário Financeiro, c2021.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

TERRA

 


 Mariana R C Domingues


O ser humano se faz no convívio com os outros no seu ambiente. É o contato com sua realidade terrena e as características biológicas e químicas que fazem uma troca possível e equilibrada que permite a vida como a conhecemos. Ao longo da história, as civilizações humanas tratam de melhor condicionar as forças da natureza para conseguir conforto e minimizar possíveis efeitos destrutivos dos fenômenos naturais. Assim são pensadas as casas, os encanamentos, as calhas, as janelas, as hidrelétricas, as torres, as estradas... E neste viver civilizado uma infinidade de objetos são criados. Coisas são feitas para utilidade, coisas são feitas como ornamento.

“Coisas são só coisas servem só pra derrubar,

tem seu brilho no começo,

mas se viro pelo avesso,

são um fardo pra carregar”. Chico César.

E essas coisas que precisamos, que não precisamos e queremos são feitas de materiais extraídos na natureza. Objetos que são feitos de materiais da natureza transformada e, as vezes, quase irreconhecível.  A busca por esses materiais beira, e as vezes toca a insanidade. Quanta loucura e destruição se fez na busca por metais... Podemos encontrar um exemplo disso nas fotos de Sebastião Salgado sobre a Serra pelada; nos filmes ‘Olhe para cima”, ou até mesmo na literatura no livro “Senhor dos anéis” que descreve uma montanha devastada pela ganancia onde cavou-se um buraco fundo demais.

Falando em buraco vamos falar de alguns mineiros. Não aqueles que cavaram os buracos, mas aqueles que moram no Estado de Minas Gerais.

Recentemente Samuel Rosa compartilhou o comentário de outro mineiro Chico Pinheiro em suas redes sociais. No referido trecho Chico conta que foi de carro do Rio de Janeiro até Belo Horizonte e que ficou chocado com a paisagem. Lembrou de Drummond que alertou; Olhem as montanhas! Contou que pelas estrada se via paredões a encobrir o trabalho das mineradoras a roer as montanhas. As minas gerais estão se tornando cada vez mais gerais, as minas a inverter as montanhas. Cito Carlos Drummond de Andrade:

 

Confidência do Itabirano,

 

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa…

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!




 


            Esta imagem mostra a paisagem descrita no poema de Drummond. No livro, a foto em branco e preto trazia a visão da montanha ao fundo da mesma paisagem que a imagem atual traz, sem a montanha.

            Nesta ideia de montanha comida, montanha furada, terra esburacada sem parcimônia para a produção de materiais fica a reflexão: vale a pena juntar tantas coisas e ficar sem as montanhas? Esta cultura que domina, parece prometer um mundo mágico em que é possível ter todas as coisas e também as montanhas e suas terras. Trata-se da dificuldade em lidar com a falta e castração próprias do ser humano. E o mais irônico é que no fim das contas, se não for a montanha, é a terra que terá os homens.  

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

PANDEMIA, ESCOLA E DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR

 



Saudações!! Segue mais um ensaio que escrevi durante uma disciplina do doutorado. Neste relacionamos os temas contidos no título.

                                  

PANDEMIA, ESCOLA E DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR

DOMINGUES, Taciano Luiz Coimbra


            Ouvimos um comentário que responsabiliza os professores pelo fechamento das escolas durante a pandemia. O comentário provavelmente estava se referindo as aulas presenciais, uma vez que os professores continuaram suas atividades docentes através do ensino remoto. O comentário expressou culpabilização dos pais e professores pela não ocorrência das aulas presenciais.

O Ministério da Saúde em Nota Informativa Nº 05/2020 – DGVS/SES/MS (BRASIL,2020) publicada em março de 2020 no “inicio da pandemia no Brasil”, descreve uma série de cuidados que devem ser tomados para se evitar o contágio com o Vírus Corona e entre eles o afastamento social. Portanto a suspensão das aulas presenciais vai de acordo com as normas sanitárias e não com a vontade de descanso dos professores.

Podemos compreender que o comentário ecoa duas questões importantes no Brasil, a primeira é a incompreensão do que é uma pandemia, um vírus e como acontece a sua proliferação. A segunda é da desvalorização do principal profissional que trabalha com o conhecimento formal e sua transmissão, ou seja; professor, docente etc.

Carl Sagan em seu livro O mundo assombrado pelos demônios (SAGAN, 2006) descreve como a grande maioria da população ainda não compreendeu a construção do conhecimento científico e seu funcionamento. Essa afirmativa também é verdadeira para profissionais que passaram por formação universitária. Esse autor discorre sobre a preocupação de um retorno ao obscurantismo da Idade Média. Quando Sagan escreveu esse livro 1995, pareceria improvável que 7% dos brasileiros acreditam que a terra é plana em 2019, números constatados pelo Instituto Datafolha (GAIATO, 2020).

Essa pesquisa é apenas um indício da crise que nosso pais passa já alguns anos. O Índice de desenvolvimento da Educação Básica (BRASIL, 2019) em seus resultados em 2019, já estava aquém das suas metas, as quais podemos concordar que são modestas comparadas a outras nações do mundo.

            Outro indicio importante de um “analfabetismo científico” (SAGAN, 2006) fomentado pela crise na educação é o não cumprimento dos protocolos sanitários voltados ao COVID 19, ou o uso abusivo de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento precoce dessa virose.

            Aqui chegamos a nossa segunda questão, uma desvalorização do professor. Essa depreciação aparece na forma de: salários baixos, condições insalubres de trabalho, falta de investimento em capacitação, desatenção à saúde física e mental desse profissional.

Diante das questões aqui discorridas, torna possível compreender que o comentário reflete o desconhecimento de como funciona a ciência e do papel primordial do professor na crise que estamos passando.

 

Referências

BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Brasília, DF, 2019. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/resultado/>. Acesso em 23 abr. 2021.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nota Informativa Nº 05/2020 – DGVS/SES/MS. Brasília,2020. Disponível em:<http://www.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/NOTA-T%C3%89CNICA-N%C2%BA5_-COVID_19_-18_03_2020.pdf>. Acesso em 07 mai. 2021.

GAIATO, K. Milhões de brasileiros se declararam terraplanistas, diz Datafolha. Tecmundo, 2020. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/ciencia/150626-milhoes-brasileiros-declaram-terraplanistas-diz-datafolha.htm>. Acesso em 07 mai. 2021.

SAGAN, C. O mundo assombrado pelos demônios. Rio de Janeiro: Companhia de Bolso, 2006.