Farol Psicologia - Lins SP

A Farol Psicologia surgiu da idéia de criar um espaço para expor nosso trabalho como psicólogos e pensadores dos dias de hoje.
O farol é nossa inspiração, como um norteador no mar incerto, na incompletude.
Como psicólogos atuamos com as palavras, muitas vezes com o inacessível, e para isso buscamos na psicanálise, na psicologia, nas artes, na poesia, e outras "ciências" respostas, e por que não, mais perguntas.
Quem somos?

Mariana Rosa Cavalli Domingues

Psicologa Clínica e Judiciária
Psicóloga pela UEL, Especializada em Clinica Psicanalítica e Mestre em Filosofia pela UFSCar

@marircd

e
Taciano Luiz Coimbra Domingues

Psicólogo Clínico e Judiciário
Psicólogo pela UEL, Especializado em Terapia de Casal e de Família, Especializado em Terapia sexual e Mestre em Psicologia pela UNESP - Assis.


Rua José Garcia de Carvalho, 70 Lins - São Paulo,
tel.: (14) 99109 - 2016

segunda-feira, 7 de março de 2022

EVASÃO ESCOLAR E O VALOR DA EDUCAÇÃO

 


Saudações!! Segue outro ensaio interessante que escrevi numa disciplina do doutorado. Seu tema é:


Evasão Escolar e o Valor da Educação

Taciano Luiz Coimbra Domingues

 

A economia de um país é algo importante! Uma forma calcular o seu “tamanho” é através do seu Produto Interno Bruto (PIB). Ele é formado pela soma de todos bens e serviços produzidos pelo país durante um ano. O Brasil, apesar de ter perdido algumas posições nos últimos dez anos, ocupou o 12 º lugar no ranking mundial (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021). Essa colocação foi embasada nos dados fornecidos em abril de 2021 pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesse ranking, o Brasil fica na frente de países como: Austrália, Espanha e Suíça. Cientes dessa informação podemos dizer que o Brasil é um país pobre?

Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os seus dados indicaram um aumento de 11,2% no índice de pobreza no Brasil entre 2016 e 2017. Isso é muito preocupante porque com esse aumento, em 2017 chegamos ao número de 53% dos brasileiros vivendo na pobreza extrema (CHILDFUND, 2021), ou seja, a pessoa vive com menos de 1,90 dólares por dia.

Como podemos evidenciar, o Brasil não é um país pobre de recursos econômicos, entretanto, tem um alto índice de pessoas vivendo na miséria como consequência de uma má distribuição de renda. Como poderíamos combater essa questão?

Evangelista e Shiroma (2006) destacam que a partir dos anos 1990, vários autores começam a defender a Educação como a solução de vários problemas sociais. Entre vários, os autores apontam: o tratamento desigual das pessoas diante do sistema de justiça; oportunidades econômicas e sociais oferecidas de acordo com características de classe social, raça, credo e cor; falta de solidariedade entre os cidadãos, inclusão social e pobreza.

Contudo como anda a Educação num país tão desigual como o nosso? Principalmente em relação as crianças e adolescentes que sofrem de forma direta os impactos da pobreza (COSTA et al., 2016)? Se a Educação é um meio de superação da pobreza é importante estarmos atento a um problema muito grave relacionado a esse direito constitucional, que é a evasão escolar.

A PNAD (OBSERVATÓRIO DE EDUCAÇÃO, 2021) forneceu dados alarmantes sobre essa questão. No ano de 2018, 40% dos brasileiros de 19 anos não haviam concluído o ensino médio. Dos jovens ouvidos que não haviam terminado o ensino médio, 55% pararam de estudar no ensino fundamental. O que leva nossas crianças e adolescentes a abandonarem a escola?

Figueiredo e Salles (2017) sublinham que a evasão escolar sofre influência de vários fatores: subjetivos, familiares, do funcionamento da escola, da renda familiar, dependência química, tráfico de drogas, gravidez na adolescência, violência etc.

No entanto um fator importante que muitas vezes não é mencionado nas pesquisas é o valor que a sociedade brasileira dá para o estudante. O perfil da pessoa que lê livros, entrega as tarefas em dia e se interessa em aprender é bem quisto na nossa sociedade? Invejado? Admirado? Ou muitas vezes é chamado de “CDF”, “nerd” e sofre chacotas e desdém dos colegas?

Em 2020, o Brasil ficou em 10º lugar na Olímpiada Internacional de Matemática (G1, 2021), melhor resultado em 39 anos. Ficamos na frente de países como Canadá, França, Japão e Alemanha. Algum leitor lembra desse feito e fato tão importante para nossa Educação?

Em um país em que o principal título acadêmico é usado como pronome de tratamento de forma leviana para agradar ou demonstrar respeito para “autoridades”, mas raramente para quem tem o título stricto sensu, é importante uma reflexão do que nós brasileiros realmente valorizamos como objetivos de vida.

 

Referências

CHILDFUND. Childfundbrasil, c2021.

COSTA, J. S. S. M. et al. Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades necessárias para a autonomia. São Paulo: Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, 2016.

FIGUEIREDO, N. G. S.; SALLES, D. M. R. Educação Profissional e evasão escolar em contexto: motivos e reflexões. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 25, n. 95, p. 356-396, abr./jun. 2017

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S. A. G1, c2021.

SETE GRAUS. Dicionário Financeiro, c2021.