Farol Psicologia - Lins SP

A Farol Psicologia surgiu da idéia de criar um espaço para expor nosso trabalho como psicólogos e pensadores dos dias de hoje.
O farol é nossa inspiração, como um norteador no mar incerto, na incompletude.
Como psicólogos atuamos com as palavras, muitas vezes com o inacessível, e para isso buscamos na psicanálise, na psicologia, nas artes, na poesia, e outras "ciências" respostas, e por que não, mais perguntas.
Quem somos?

Mariana Rosa Cavalli Domingues

Psicologa Clínica e Judiciária
Psicóloga pela UEL, Especializada em Clinica Psicanalítica e Mestre em Filosofia pela UFSCar

@marircd

e
Taciano Luiz Coimbra Domingues

Psicólogo Clínico e Judiciário
Psicólogo pela UEL, Especializado em Terapia de Casal e de Família, Especializado em Terapia sexual e Mestre em Psicologia pela UNESP - Assis.


Rua José Garcia de Carvalho, 70 Lins - São Paulo,
tel.: (14) 99109 - 2016

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Mutante não fica na estante por muito tempo


Mariana R. C. Domingues


A vida tem certas coincidências que são presentes e me mostram uma conexão com o mundo. Um dia antes da despedida de Rita Lee deste plano, estava ouvindo a música “Mutante”. Tão bom quando música boa fica na cabeça... Então fui remetida pra outra canção “Na estante”, da Pitty. Com as músicas em mente, foram surgindo algumas conexões. Foi aí que veio a ideia desse texto, que será minha homenagem singela à querida Rita Lee.

Trata-se de um texto de brincadeira musical, longe de querer analisar, explicar e espero não estragar a poética das canções com alguma mania de psi... vou partir da visão de mulher psicóloga que teve alguns insights. Aviso que me dei ao luxo de misturar as canções.

               As duas músicas trazem um coração despedaçado e mostram o sentimento de rejeição.  A dor de não ser correspondido desnorteia e deixa a pessoa num sofrimento que parece sem fim. Nessas horas, há sensação de loucura, desejo de morte, desproteção e vulnerabilidade. Podemos perceber isso em versos como “quando eu me sinto um pouco rejeitada, me dá um nó na garganta”, ou “pena que você não me quis, não me suicidei por um triz”; “você está saindo da minha vida, e parece que vai demorar”. Na animação do clipe de “Na estante” visualizamos um sujeito sem coração, o robô sem alma. Quanta dor nesse coração que foi entregue voluntariamente, ou involuntariamente: “Ai de mim que sou romântica”, “eu estava aqui o tempo todo só você não viu”, “afinal de contas te dei meu coração, e você pôs na estante”.

               As pessoas se identificam com essas músicas pelos recortes tão vívidos e íntimos das relações amorosas. Algo do corpo e da intimidade como “você me deixou de tanga” ou “você me vê vermelha e acha graça”. Outro ponto delicado está na insistência em algo que já passou. Quando por exemplo, as pessoas sabem que não estão mais sendo amadas, ou até mesmo respeitadas e permanecem tentando: “tô aproveitando cada segundo, antes que isso aqui vire uma tragédia”, ou “kiss me baby”.

Mas estamos falando de mulheres que não estão apenas a lamentar; “ai de mim que sou romântica”. As músicas também remetem a uma pessoa que quer sair de uma relação ruim, que quer romper um vínculo, mas não consegue. Há um desejo de pelo menos esquecer, como nos versos “choro até secar a alma de toda mágoa, depois eu parto pra outra, como um mutante”, “seguindo o meu caminho”. Há uma luta pra superar esse sentimento, “só por hoje não quero mais te ver”. Tal como uma droga, “não quero tomar minha dose de você”.

               Para finalizar, destaco aqui que a música da Pitty chama-se “Na estante”, local ao qual parece ter havido uma questão... a formação linguística da frase, faz a gente pensar que houve uma situação em que o eu lírico seria colocado numa estante, mas que isso não foi concluído. Esse sujeito precisou protestar ou lutar contra isso, "mas eu não ficaria bem na sua estante". No caso da música da Rita Lee, o coração foi feito troféu no meio da bugiganga, na estante ficou. Pensando nisso tem um importância a canção se chamar “Mutante”. Há uma promessa de que a pessoa não ficará ali. Mesmo que ainda sinta, no fundo sempre sozinho, a gente intui que essa abstinência uma hora vai passar.  


E um viva às mulheres do rock:    

                     





 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Aniverário de Adeus

 


Aniversários de Adeus

 

Hoje é saudade!

Sentir a falta da presença!

Abraçar a lembrança da permanência!

 

Hoje é saudade!

Rememorar as boas vivências!

Desejar esquecer as tristes experiências!

 

Hoje é saudade!

Derramar lágrimas de sofrimento!

Distribuir sorrisos de agradecimento!

 

Hoje é saudade!

Tentar dissolver a raiva da indignidade!

Lutar por um mundo com integridade!

 

Hoje é saudade!

Padecer com o adeus que se distancia!

Serenar com o tempo necessário!

Pois o reencontro da pessoa querida!

Se aproxima a cada Adeus de aniversário!

 

Taciano Luiz